terça-feira, 30 de julho de 2013


PALAVRA DE MUSICA

Quando a palavra encontra a música
Nasce uma coisa mística
Nasce a magia linguistica
E única
Quando a musica encontra a palavra
E um bem que se lavra
E o acorde não trava
A palavra se encaixa
Na emoção intima
Quando a palavra encontra a musica
Gera uma química absurda
è a felicidade suprema
Quando a musica encontra o poema
Se resolve o dilema
E tudo entra no esquema
Criando uma atmosfera lúdica
Quando a palavra encontra a musica
Aos sobressaltos da física quântica
Caem infinitas teorias semânticas
De semióticas teses confusas
Quando a musica encontra a palavra
Escalavra o verso e cultiva
A mixolidia tonal construtiva
Da silaba Tonica modal  semi-fusa
Compreendeu?
Quando a palavra encontra a musica
è o apogeu da lírica e real liturgia
è o encontro do amor e a sensual poesia
E o tritono encontra sua resolução
Quando a musica encontra a palavra
O tom rege a soberana e fiel melodia
A palavra se veste da mesma cor da harmonia
E tudo se faz vida, canção
 Sentimento, alma
Lagrima, voz, coração.
                                   Vitor Pessoa






domingo, 19 de maio de 2013

Anos 70



(feito pro espetáculo Samba 70-Quinteto em Branco e Preto)


Noventa milhões em ação vivendo um clima de repressão e rebeldia, é censurada a democracia, o clímax da intolerância, um tempo cruel de tortura e mudança. Entre tensões, guerra fria, crise no Petróleo e “milagre” na economia. Um presidente deposto e o mundo cada vez mais exposto nas telas de televisão. Torres, o nosso capitão, ergue a taca e houve choro quando morreu Lamarca, golpe militar no Chile, fim da guerra no Vietnã...vivíamos exilados ao som do Gil, Chico, Elis, Jorge Ben, Caetano, Djavan, Bosco, Aldir, Cartola, Martinho, Gonzaguinha, Originais, Adoniran...
Os embalos de sábado a noite travolteavam balanços cada vez mais estilizados, os decibéis cada vez mais altos. Os sucessos entre ascensão e declínio. Tempo de fascínio, de calca-boca-de-sino, Black Power, moicano, grandes óculos, roupas coloridas, Janis Joplin, Bob Marley, morreu Elvis, foi o fim dos Beatles e o apogeu dos jacksons Five, era inicio da era disco: Donna Summer, Village People, punk, new wave, Olivia Newton John, muito brilho, muito ecstasy, jeans, miçangas, safári, estampa floral...
Enquanto eclodia a revolução dos Cravos em Portugal, a Revolução Iraniana, a Guerra no Líbano, no Brasil tivemos Médici, Geisel e Figueiredo, uma era do medo, de intensa transformação. A arte respirando essa atmosfera, com olhos de utopia e quimera, com os pés no chão e clamando Anistia.
Os anos 70 deram luz e cor à fantasia, onde se consagrou o canto intenso de Beth, a explosão de Alcione, a inspiração de Candeia, o espelho refletiu João, Roberto Ribeiro desceu a Serrinha e Clara nos trouxe emoção cantando feito um sabià.
Os anos 70 embalaram nossos sonhos mais bonitos de sonhar e passou, feito um rio carregado de magia
 meu coração se deixou levar.
                                                   Vitor Pessoa




            

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

UMA CANÇÃO PARA O EQUADOR


 "Equador é inspirador, é sentimento..."

Ao pousar em Quito foi notar: a altitude. Faltou fôlego pra descrever o momento...faltaram palavras mas sobraram encantamentos...seria necessário trazer para a vida no papel, para o campo do material fiel pra ser cantado e contado como jubilo e gloria. Quero justificar minha historia, Quero minha brasilatinidad com força e atitude, quero desenvolver a minha virtude de gratidao a essa sabia natureza andina, de ter me ensinado La ruta escondida, seus segredos de arte colonial, a Bella aurora de prazer monumental.
Nao caberia em meu olhar, foi necessario oculos e meu amor, como Darwin, pousou em Galapagos, com seus albatrozes, seus pinguins e pelicanos, suas ilhas no coracao a perder de vista em oceanos. minha canção cruzando os arquipelagos da memoria: meu samba na costa a ver com o mar azul de el pacifico equatoriano, tem a ver com praias virgens e florestas de culturas pre-colombianas, tem preces multicolores das aguas alrededor de La Prata, tem pinzones e fragatas, herancas de um mundo mais humano, patrimonio de um pais soberano.
Foram longas observações, foram estranhas alucinações... o lamento que me habita, habita em Loja e Pichincha, a arquitetura harmonizando a geografia, seu passado e ancestralidade indigena, como Gabriel cantou Cartagena canto o passado historico de Rio bamba, canto no meu samba el templo del sol, a antiguidade de Ingapirca, as 13 nacionalidades indigenas com seus mitos , ritos e lendas, canto as culturas Cañari e Inca, canto a negra Esmeraldas, Tungurahua, Guayas, los rios, Canar, Chimborazo e  bolivar , canto para os Andes, onde se "elevan volcanes" incomensuraveis, meu cantar Cotopaxi  simboliza o vulcao ativo mais alto do mundo, voz de mìtica Cordilheira, voz de Panamérica sem fronteira, voz que nunca terà barreira. Voz universal.
Como a velha Cuenca colonial e sus calles de pedras e plazas floridas eu vejo a vida vertida em espirais, antigas catedrais no fundo d' alma,  canto com olhos envolto de  lágrimas e equinociais provincias, canto dramas de navios partindo em minhas rimas, refúgios de aves marinhas no porto de Guayaquil, canto os mistérios da Amazonia abraçando o meu Brasil. Canto Morona Santiago, Orellana, Pastaza, Napo e Zamora Chinchipe, canto também Manabí, El Oro, Azuay, Imbabura e Carchi, de Sucumbíos a Santa Elena passando por Santo Antonio de Los Tshachilas, todo o sonho que vivi.
Canto para um povo que "vierteron su sangre por ti"
um povo acolhedor, que sabe dar e receber amor:

  Equador é inspirador, é sentimento
"es un árbol fructífero del pensamiento".                                                 Vitor Pessoa