sexta-feira, 9 de outubro de 2015

As coisas




As coisas
de elementos
findáveis
não dão importância
a coisa nenhuma
são signos
invadindo
a (sa) ciedade
criando
a estética do beijo
-o supérfluo da arte-
as coisas
sem alicerce
alicerçam
o desejo utópico
idealizam o amor
idealizam
porque promovem
com esse ideal
um assedio moral, social
um carnaval fraudulento,
 leviana contradição...
uma idéia
de superfaturamento,
um estranho
caixa 2
do desejo e da masturbação.
Ignoram,
do bruto ao sublime,
qualquer sentimento
de indagação.
Somos
provocados
por essas coisas-estímulos
constantemente,
somos
o alvo desse atirador
caótico
desse serial killer
rondando
a nossa mente.
As coisas
de elementos
vazios
provocam
consumos inúteis, nocivos
criam voyers em selfies
criam status e ostentam
vergonhas alheias
criam
a máscara pobre
de um ser
que se assemelha
ao medíocre mundo
pós-moderno
um mundo
dedicado
ao pensamento raso
onde idolatram
o medo
a morte
o ego
o fácil
o falso documento
o atraso.
As coisas
de elementos
sem substancia
são crias da arrogância
invasora
são gases
de bomba atômica
que nos hiroshimam
transformando-nos
em seres previsíveis
em seres possíveis
de humilhação
As coisas
 de elementos
sem alma
são cláusulas ridículas
de contratos
corruptos
onde assinamos
nossa cruel sentença:
ou entramos na dança
barganhando o jogo
e corroendo a crença
ou, por força da circunstancia
eis que os atos
e os fatos nos banalizam:
as coisas,
inevitavelmente
nos coisificam.