segunda-feira, 24 de agosto de 2009


novamente primavera
(primavera de um desejo)


o meu desejo

se abriu á sede

ao abio do néctar lascivo

o meu desejo

se conteve ao grito

ao atrito de um ranger passivo

o meu desejo

é como a cica

dos cajus que adornei sereno

meu desejo

é quase ameno

com sol á pino fez-me quarador

e segurei a dor

até o momento que ela me habitava

lutar não mais podia

lutar...a luta não vencia

e foi assim

que a dor me amava...

o meu desejo

rodou nas águas

fez-se um furacão

o meu desejo

fez de um beijo

prece,sem perdão

o meu desejo

partiu porque me havia febre

e a lebre está contida no patê

o meu desejo

tem fé no que crê

e virou meu próprio dossiê

o meu desejo

tem razões tão certas pra sonhar

mil defeitos pra se envergonhar

o meu desejo

tem tempo pra pensar

e eu confio na resolução do tempo!

o meu desejo

sempre se entregou ao vento

eu aceito seu jeito sua busca seu intento

até o inverno passar e chegar nova era...

um rebento nasce:

-é primavera!


vitor pessoa