terça-feira, 19 de outubro de 2010

sala de reflexões


Na sala de aula

Lí em uma revista, totalmente alheia a nossa realidade, que está vindo da Inglaterra uma onda (que já veio há muito tempo!) de que ser inteligente na sala de aula está fora de moda, há um pensamento de que é brega bancar o inteligente onde os jovens se miram em exemplos de celebridades como o empresário Barão Sugar, milionário que costuma se vangloriar das notas baixas que alcançou na escola ou do não menos famoso David Beckham, que nas declarações, não dá a impressão de "explorar capacidades intelectuais particulares".Bem, não vou louvar aqui os alunos arrogantes, que desprezam os alunos "menos dotados", se é assim que eu possa definir, sei que há vários tipos de inteligência e cada ser tem a capacidade de explorar a sua, que revela nossos talentos e limitações, mas, em torno desse assunto podemos gerar várias discussões a respeito e uma coisa é certa:estamos caminhando na contramão da evolução natural do ser humano.Sempre aprendi com os mais velhos os valores da busca incessante do conhecimento, através dos livros ou não, aprendi o que é valorizar cada aprendizado e repartir aos que não tem acesso.Tenho muito orgulho de afirmar que no colégio eu era tido como CDF, por isso um pouco menosprezado pelos colegas "sociáveis", eu vinha de um bairro distante sem dinheiro pra "conduça", duro feito um coco só me restava transformar meu sacríficio em estudo e atenção na sala de aula.Hoje, meus colegas de classe devem estar sentindo os efeitos da perigosa distração e bagunça na sala de aula.
Vejo alguns ídolos da juventude brasileira também contribuindo pra essa triste realidade: a fulana que apareceu de vetido curto na faculdade e virou celebridade instantãnea, a Ex-bbb que apareceu nua em revista masculina e depois virou apresentadora de programa de auditório, o cicrano jogador de futebol que fatura milhões sem saber se expressar e acha que o mundo gira em torno dele e ter grana o faz um homem acima do bem e do mal, eu poderia listar aqui esses que se acham artistas que entraram na política, desde o Tiririca à mulher pera, maça, uva, sei lá, que equiparam-se em ignorãncia e desprezo à inteligencia humana.Mas não vou fazer isso, acho que está bem evidente onde eu quero chegar: Os jovens se inspiram nesses exemplos pra buscar um caminho,um atalho, onde se faz necessário o mínimo de esforços, permanecendo numa zona de conforto interminável, na ilusão de um estrelato sem brilho mas voluptuosamente agradável.É sempre bom lembrar do nosso sistema de ensino que facilita a formação do aluno ao invés de desafiar, de punir, de julgar quando necessário.Sendo assim o jovem perdeu a voz de questionamento, perdeu a avidez de conhecimento, falta opinião e rebeldia coesa para botar a boca no trombone em tudo que é imoral e corrupto.
Devemos louvar os estudos, participar mais, pesquisar mais, ir além do ensino convencional, explorar mais nossos professores, o governo prefere não investir em educação pro povo para se tirar um grande proveito disso: ter o domínio sobre ele.O conceito de inteligencia se faz, nos novos tempos, um princípio de personalidade amena, sem graça, fora da realidade, em resumo: fora de moda.Entretanto, é pesado na mesma balança e dá espaço ao pensamento raso e imediatista, que urge num imenso fast food de mediocridades e banalidades, frutos de um povo cada vez mais ignorante.